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A intolerância em um país plural

Por Ana Luísa Calmon

A intolerância é um problema mundial e curiosamente o Brasil se destaca nesse tipo de comportamento mesmo sendo um país plural, ou seja, com várias crenças, raças e etnias, ideologias políticas e de ciência física e intelectual.

A intolerância surge quando uma pessoa passa a não reconhecer e respeitar as diferenças e a verdade da outra, principalmente ao censurar a liberdade de opinião, o pluralismo, e impor o pensamento único. É um problema que existe desde sempre, mas atualmente, a internet tem intensificado a intolerância no mundo todo, por ser uma precursora dos discursos de ódio e ferramenta constantemente utilizada pelas pessoas para inferiorizar indivíduos, tendo por base inúmeros aspectos.

Uma pesquisa realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), em junho de 2009, que contou com entrevistas de mais de 18 mil alunos, pais, diretores, professores e funcionários de 501 escolas do país, revelou que 99,3% dessas pessoas demonstram algum tipo de preconceito étnico-racial, socioeconômico, com relação a portadores de necessidades especiais, gênero, geração, orientação sexual ou territorial. De acordo com a Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, o Brasil lidera mundialmente as estatísticas de mortes de homossexuais, sem contar que os casos de xenofobia aumentaram em 633% apenas em 2015.

A jornalista francesa Alexandra Loras disse, em entrevista à revista Isto É em 2015, que o Brasil pode ser considerado um dos países mais racistas do mundo, afirmação que é confirmada pelos dados quantitativos assustadores relacionados à intolerância no país. Alexandra é graduada pelo Sciense Po Paris (Instituto de Estudos Políticos de Paris), a mais respeitada escola de ciências políticas da França, e foi vítima de racismo no Brasil em várias ocasiões por ser negra. O país do otimismo, do samba, do Carnaval, da natureza, da felicidade e da informalidade vive um verdadeiro paradoxo, onde a diversidade está visivelmente presente em cada detalhe, mas não é aceita em sua totalidade.

A única forma de combater a intolerância é utilizar do seu oposto: a tolerância. É preciso saber respeitar as diferenças, tendo como objetivo final a aceitação e a convivência. Afinal, como mencionou o teólogo e filósofo Leonardo Boff, “A natureza nos oferece a melhor lição: por mais diversos que sejam os seres, todos convivem, se interconectam e formam a complexidade do real e a esplêndida diversidade da vida”.

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