A Associação Mundial de Jornalistas e Escritores de Vinhos e Licores (WAWW) escolheu o espumante brasileiro Casa Perini Moscatel como o quinto melhor vinho do mundo. A WAWW classificou, ainda, outros dez rótulos nacionais, como os espumantes Chardonnay Brut e Moscatel, ambos da vinícola Garibaldi, e que ficaram, respectivamente, em 14º e 32º lugares. A notícia repercutiu bastante na mídia brasileira nesta quinta-feira, com matérias no UOL, Metrópoles, InfoMoney e Globo.com.
O resultado das vinícolas brasileiras na competição evidencia uma evolução na percepção da qualidade do produto nacional no exterior. O ranking da WAWW é feito tendo por base a importância relativa e a posição de cada rótulo dentro dos principais concursos mundiais.
Outra coisa que chama a atenção é que tanto a Casa Perini quanto os outros quatro melhores espumantes brasileiros elegidos pela WAWW integram o projeto setorial Wine of Brasil, parceria entre a Apex-Brasil e o Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) que tem como missão promover a qualidade dos vinhos brasileiros no mercado internacional.
Para o gerente de Promoção do Ibravin, Diego Bertolini, o resultado da premiação coroou o esforço desenvolvido no Wine of Brasil e seus parceiros. “Esse reconhecimento vem ao encontro do foco do nosso projeto no mercado externo. Temos trabalhado na promoção do espumante brasileiro e obtido resultados excelentes com um aumento de 84% em valor na exportação da bebida no primeiro semestre deste ano”, diz.
Para Bertolini, o ranking da WAWW, expressa a importância do Wine of Brasil. “As cinco empresas brasileira com melhor desempenho na competição e que fiaram entre as 150 melhores do mundo são integrantes do projeto, que conta atualmente com 40 vinícolas”. No quadro geral, o Brasil ficou em 12º lugar, atrás apenas de países de forte tradição vinícola como França, Itália e Espanha.
“Isso nos dá certeza que estamos no caminho certo, no sentido de promoção do espumante brasileiro, que tem qualidade reconhecida pela crítica e também pelos consumidores”, destaca o executivo.
O comentário faz sentido. Segundo dados da Associação Brasileira de Enologia (ABE), nos últimos dez anos o Brasil acumula mais de 1,5 mil medalhas em premiações internacionais. Os produtos brasileiros já receberam o reconhecimento formal de críticos importantes, como é o caso de Steven Spurrier, responsável pelo lendário Julgamento de Paris, e Oz Clarke, um dos mais renomados críticos de vinhos do mundo.
Não bastasse a qualidade, os espumantes nacionais têm se mostrado altamente competitivos na relação custo x benefício, entre outros atributos, como as condições do terroir das principais regiões produtoras para a elaboração dos espumantes.
O resultado também aparece no mercado interno, onde entre 2008 e 2016 houve um crescimento 78%. Não por acaso o produto nacional é responsável por 80% das vendas de espumantes no Brasil.
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