De olho no mercado global de comércio eletrônico, a Apex-Brasil lançou nos dias 30 e 31 de outubro, em São Paulo, o Programa e-Xport Brasil. A iniciativa envolve um amplo portfólio de serviços, incluindo capacitação, mentoria, inteligência e ações de promoção comercial, para as empresas brasileiras explorarem todo o potencial que o comércio digital tem para impulsionar as exportações nacionais.
A analista de promoção comercial da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), responsável pelos mercados dos EUA, China e Rússia, Ruisa Scheffel, esteve presente no lançamento do e-Xport Brasil e conversou com o Blog da Apex-Brasil sobre como o setor de calçados vem atuando com as plataformas digitais de comércio. “As empresas estão inserindo isso no pensamento de como estruturar essa estratégia e agora a gente vê um grande potencial de crescimento. E quem ainda não faz, precisa pensar nesse mercado online”, conta Ruisa.
Diversificar e se adaptar rapidamente a essas novas plataformas para ajudar o Brasil a conquistar e consolidar sua presença em novos mercados no exterior. E, assim, promover um Brasil sustentável, criativo, inovador e estratégico no mundo dos negócios – justamente o mote da campanha Be Brasil.
Confira a íntegra da conversa com Ruísa Scheffel:
Fale um pouco sobre o uso que as empresas de calçado fazem das plataformas de comércio eletrônico para a exportação. Nós temos algumas empresas que já trabalham o comércio eletrônico na sua estratégia de vendas. Empresas como a Anatomic Shoes, baseada em Londres, mas que envia calçados via site para o todo o mundo, principalmente os EUA. Eles têm um trabalho consolidado nesse mercado. Outra empresa que tem na sua estratégia e no seu DNA o comércio eletrônico é a Vinci Shoes, do Rio Grande do Sul: eles trabalham somente na forma online. Até têm duas lojas físicas, mas você não consegue comprar os sapatos nas lojas e sim entrar no site e fazer a compra.
Como você avalia o evento de lançamento do Programa e-Xport? Esse evento de lançamento do e-Xport Brasil é muito válido para entender que o comércio eletrônico está hoje no nosso dia a dia, faz parte das estratégias de várias empresas de diversos setores e, para o calçado, isso vem crescendo cada vez mais. As empresas estão inserindo isso no pensamento de como estruturar essa estratégia e agora a gente vê um grande potencial de crescimento. E quem ainda não faz precisa pensar nesse mercado online.
No programa que é desenvolvido pela Apex-Brasil com a Abicalçados existe algum tipo de incentivo especifico para o comércio eletrônico focando a exportação? Existe um direcionamento? Como está isso entre as empresas de calçados? Dentro do programa Brazilian Footwear, a gente cada vez mais procura incluir eventos e iniciativas de comércio eletrônico. Fizemos recentemente uma missão exploratória focando no mercado chinês. Nós da Abicalçados e da Apex-Brasil estivemos lá em setembro discutindo com as plataformas de JB.com e T Mall Global para entender como funciona e como inserir as marcas de calçados brasileiras através do crossboarder commerce nesse mercado. A estratégia não está 100% estruturada, mas com certeza para 2018 é uma das principais iniciativas que a gente precisa lançar.
A China, além de populosa e extremamente conectada, tem mais de 700 milhões de consumidores online e com cultura forte de consumo digital. Mais de 65% do comércio é feito online. Isso foi uma surpresa para as empresas de calçado? Ver o tamanho da oportunidade de mercado? Nós trabalhamos com a China com o projeto Brazilian Footwear desde 2009. A gente vem acompanhando as mudanças no mercado chinês desde aquele ano e a cada semestre que a gente ia para a China percebíamos que a mudança do offline para o online estava cada vez mais presente. As empresas no projeto entenderam que essa era uma necessidade, estar dentro dessas plataformas de comércio eletrônico e estar online de alguma forma, seja por um parceiro local, seja pelo crossboarder commerce. Mas a ideia é estruturar como será feita essa venda para não gerar nenhum prejuízo e não estragar a imagem da marca no mercado chinês. Nós entendemos que uma vez que você mancha a imagem da marca, é muito difícil reconquistar os clientes.
A questão agora é traçar uma estratégia sólida para abordar o mercado chinês de forma que as empresas brasileiras consigam chegar e manter o que elas oferecem? Exatamente. Nossa ideia é trabalhar tanto a promoção das marcas online quanto offline de maneira integrada com ações de imagem e de promoção comercial no mercado chinês, principalmente nesse momento.
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