Aumentar a produção interna, melhorar o rendimento por hectare e obedecer aos requisitos fitossanitários impostos pelos órgãos de saúde mexicanos. Esses são os principais desafios a serem enfrentados pelo Brasil para entrar de vez no mercado de exportação de arroz para o México. O diagnóstico é parte do estudo “México – Mercado de Arroz, 2018”, produzido pela Apex-Brasil, com consultoria da Euromonitor International e parceria com a Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz) e do Setor de Promoção Comercial (SECOM) do Ministério das Relações Exteriores (MRE) no México.
O estudo identificou oportunidades para os empresários brasileiros do setor provando que o arroz pode alcançar um patamar maior de exportação em relação ao México – o país é o oitavo parceiro comercial do Brasil, ao mesmo tempo em que o Brasil é o nono parceiro comercial do México. “O Brasil produziu mais de 10,6 milhões de toneladas de arroz em 2016, mas com um grande consumo interno, explica Adriano Azevedo, analista da área de Estratégia de Mercados da Apex-Brasil.
Nesse contexto, o estudo é claro. O México é um ótimo destino para os exportadores desse tipo de grão, uma vez que produz apenas 20% do arroz que consome. O resto é importado, principalmente, dos Estados Unidos, Argentina e Uruguai. Ou seja, trata-se de um ótimo momento para o Brasil entrar nesse mercado, haja vista que o México quer diminuir a dependência dos Estados Unidos, que exporta, hoje, 83% do arroz consumido nas mesas mexicanas.
Outra questão a se levar em consideração é que, mesmo com a demanda pelo grão aumentando no México, os produtores locais têm trabalhado cada vez menos com o arroz. Há 20 anos, por exemplo, existiam 25 mil produtores do grão no país. Atualmente, há apenas 3.800 produtores no setor. Eles atuam, principalmente, com arroz branco, o mais popular no México, responsável por 95% do consumo total do grão. Justamente o tipo de arroz brasileiro já habilitado para exportação ao país tema de estudo.
“Temos uma ótima oportunidade, segundo o estudo, de aumentar nossa participação nesse mercado, afinal o Brasil tem uma área cultivada maior que a dos Estados Unidos, porém com rendimento menor”, diz o analista Adriano Azevedo. Segundo ele, os Estados Unidos tiveram, em 2016, um rendimento de 8,1 toneladas por hectare nas plantações de arroz enquanto o rendimento do Brasil é de 5,4 toneladas por hectare, segundo os dados da FAO. “O Brasil está habilitado a exportar arroz com casca e sementes de arroz ao México. E estão em curso negociações para a exportação de arroz beneficiado (sem casca). Elas aguardam análise de risco de pragas conduzida pela SENASICA, órgão mexicano responsável por regular e garantir que os produtos não colocarão em risco a saúde das pessoas”, afirma.
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