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#BeInnovative: mais celeridade no diagnóstico

Uma solução inovadora tem ainda mais sentido se traz um benefício para a sociedade e melhora a qualidade de vida das pessoas. Com essas premissas, a startup cearense Táquion pretende revolucionar a forma e o tempo dos diagnósticos em hospitais e clínicas. Em dois minutos, será possível ter o resultado preciso de um exame ou saber se o paciente tem ou não determinada doença, por exemplo.

A empresa cearense está na fase final de desenvolvimento do produto – estima-se que esteja no mercado em 2019 – e conta com uma equipe que inclui pesquisadores, mestres e doutores. “Daqui a dez, quinze anos, será uma solução comum oferecer equipamentos que fazem esse tipo de diagnóstico”, dizem Luiz Eduardo Tavares e Gisele Antenor, respectivamente CEO e Diretora de Operações da Táquion.

Luiz Eduardo e Gisele participaram da edição 2017 do Corporate Venture in Brasil, um dos maiores eventos de empreendedorismo corporativo do país, que reúne em um mesmo ambiente empresários, investidores, startups e representantes de órgãos e grandes corporações que atuam com foco em inovação. Os dois conversaram com o Blog da Apex-Brasil e falaram sobre a trajetória da empresa desde sua fundação, em 2014, até os dias de hoje.

O tema inovação, claro, predominou na conversa. E ilustra um dos atributos que promovem um Brasil competitivo, estratégico, criativo e sustentável no mundo dos negócios no exterior. Exatamente o mote da campanha Be Brasil.

Confira aqui a entrevista completa:

Como a Táquion surgiu? Nós dois (Luiz Eduardo e Gisele Antenor) trabalhávamos na Universidade Estadual do Ceará, incentivando o surgimento de empresas a partir de pesquisas que ocorriam na universidade. Estávamos estruturando um núcleo de inovação tecnológica por lá. Apoiávamos os pesquisadores e surgiu a questão: por que a gente não faz isso também? E foi aí que vimos uma oportunidade: tínhamos uma parceria na área de produção de materiais de energia molecular para diagnóstico, uma rede de contatos no Brasil com relação a microeletrônica e desenvolvimento eletrônico. E aí vimos uma oportunidade de criar um equipamento inovador, que ajudasse a resolver o problema que as pessoas têm quando precisam ficar esperando o resultado de um exame sair. Nossa proposta é mudar a forma como os exames são feitos.

Vocês podem nos dar mais detalhes sobre essa solução? Primeiro, os exames são muito caros em termos de equipamentos. Para você montar um laboratório de análises clinicas, gasta de R$ 500 mil a 800 mil reais só de equipamento, sem contar que todos são intensivos em recursos humanos. E mesmo aqueles testes rápidos que a Fiocruz distribui pelo Rio têm uma dificuldade de leitura muito grande. Já os testes mais simples precisam de um profissional para ler e interpretar e a questão do tempo não é resolvida. Então, pensamos em todos esses problemas e fomos atrás de vários cientistas, não somente nós da empresa. Fizemos projetos colaborativos, financiados pelo CNPQ, pela Fundação de Amparo à Pesquisa, por exemplo. E aí, com esses projetos, fomos vivendo etapa a etapa: vários protótipos, software, mobile, testes. Então, nos últimos quatro anos, nós fizemos todo esse dever de casa, que foi validar como funciona. E captamos em torno de R$ 2 milhões, depois de termos começado literalmente do zero.

Quando a empresa foi fundada? A Táquion foi fundada oficialmente em 2014, em Fortaleza.

Quais as áreas de formação de vocês? Administração de Empresas com doutorado em Biotecnologia (Luiz Eduardo) e Marketing com mestrado na área de Inovação (Gisele).

Como você define o negócio principal da Táquion? Produzir soluções para diagnósticos rápidos. Hoje, é o nosso principal produto e o que está mais próximo do mercado. Em dois anos, deve estar pronto. É o dispositivo que faz diagnósticos de várias doenças num único equipamento e vários chips descartáveis. Vai custar US$ 100 e cada chip US$ 10 no máximo. A gente trabalha com um objetivo para o nosso principal produto: modificar a forma como as pessoas são atendidas e como os exames são realizados.

Eu não preciso mandar uma amostra para o laboratório, não preciso ter um profissional para analisar, eu não preciso ter um equipamento caro para o processamento da amostra. Hoje estamos concentrados em exames de dengue, zika vírus, dosagem de antroponina, de chicungunha, etc.

Qual a tecnologia por trás dessa solução? É uma combinação de hardware e software. Porque daqui a dez, quinze anos, será uma solução comum oferecer equipamentos que fazem isso. Mas a tecnologia que permite que isso seja feito só surgiu nos últimos três anos, então é uma integração de várias frentes: microeletrônica, biologia molecular, nanotecnologia e tecnologia da informação. E aí eu tenho os aplicativos mobile e aquela parte de mapas endêmicos na internet que se integram e geram a solução.

E quem é o cliente principal? Pretendemos começar com hospitais e clínicas de pronto atendimento que ficam com aquelas pessoas nas salas de espera por horas a fio, esperando sem saber se estão doentes ou não. Criamos um impacto para o hospital, para a pessoa, para a família e para o governo.

Como vocês a imaginam a dinâmica de funcionamento dessa solução? As pessoas, ao chegarem na triagem, conseguirão, por meio do aparelho, ter um diagnóstico em cinco minutos. Com uma gota de sangue, eu consigo verificar ali se ela está doente ou não, já sai um resultado. Eu não vou precisar mandar para um laboratório. A ideia é que isso verifique a gravidade para os casos mais urgentes e viabilize dar prioridade maior para os atendimentos. Atualmente, a triagem é apenas para medição de pressão e verificação de temperatura, se há febre. Só dá para verificar alguma coisa depois que o médico olha, pede o exame e duas horas depois sai o resultado. Com esse aparelho, eu “corto caminho”, por assim dizer.

O que vocês buscam participando de eventos como o Corporate Venture in Brasil? Investimentos? Buscamos investimentos para o desenvolvimento final, a produção piloto para testes clínicos e o registro nas agências. Porque na área de saúde é preciso ter uma produção de boas práticas ou parceiros que têm essas boas práticas para produzir o um produto e colocar ele em testes clínicos formais e oficiais. E aí pedimos os registros nas agências competentes.

O produto está numa fase final de desenvolvimento? Posso dizer que faltam dois anos. Parece uma previsão otimista, mas é muito próxima da realidade do mercado. A gente vê coisas aí que levam oito, dez anos para serem desenvolvidos na área de biotecnologia.

Quantas pessoas estão envolvidas nesse projeto? Hoje a gente tem uma equipe de treze pessoas. Mestres, doutores, pós-doutores. Tem estrangeiros também que nos ajudam a desenvolver o produto.

Como vocês chegaram na Apex-Brasil? A Apex-Brasil nos contatou para viabilizar nossa participação no Corporate Venture in Brasil 2017 e nos ajudar a mapear as oportunidades de acesso ao mercado global. Pretendemos participar das missões, treinamentos e de todo processo que nos incentive a globalizar nosso produto. É importante porque é uma inovação global: nosso produto já deve nascer internacional. Temos foco no mercado europeu e no americano, além do brasileiro. No futuro, podemos ir para aeroportos. Por exemplo, se está tendo um surto de Ebola, ao invés de as pessoas ficarem presas nos aeroportos em observação, paradas, podemos fazer testes muito rapidamente. Desceu do avião e, em cinco minutos, já sabe se tem ou não a doença.

Vocês têm algum concorrente com produto semelhante? Não, porque as grandes empresas que dominam o mercado trabalham num segmento de produtos de alto valor, produtos que equipam laboratórios. Que custam US$ 200 mil, US$ 300 mil, até meio milhão um equipamento. São muito caros. E produtos que demandam infraestrutura, pessoas para manuseá-los. E para essas empresas se moverem para esse ramo de saúde e cuidados pessoais, é uma tomada de decisão complexa dentro do alto escalão. É um risco muito alto.

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