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#BeSustainable: Nugali Chocolates mostra qualidade e persistência para exportar

A Nugali Chocolates nasceu em 2004, na pequena cidade de Pomerode, em Santa Catarina. A proposta, desde o início, era ganhar o mundo. Mas foi só em 2013, que a empresa, especializada em chocolates de alta qualidade, começou a atuar no mercado internacional. A história da Nugali mostra como entrar no mercado internacional é um processo viável e produtivo, mas que exige paciência, atenção aos detalhes e muita determinação. Um caso de sucesso que ilustra bem a campanha Be Brasil, que mostra um Brasil sustentável, criativo, inovador e estratégico no mundo dos negócios.

Durante a Summer Fancy Food, feira de alimentos especiais e gourmet em Nova York realizada em junho deste ano, que contou com a presença de 23 empresas brasileiras, a proprietária Maitê Lang contou para o Blog da Apex-Brasil como foi a caminhada da Nugali, os desafios e aprendizados do processo.

O que diferencia a Nugali no mercado nacional e externo? Nós já nascemos com a proposta de fazer um produto de altíssima qualidade. Fomos a primeira empresa brasileira a trabalhar com chocolates com 70% de cacau e também a primeira a usar o processo “bean to bar” (do grão à barra), que é uma forma de fazer o chocolate diretamente a partir da semente do cacau de origem conhecida, sem utilizar mix de lotes de cacau.Temos um grande cuidado com o respeito às restrições e opções alimentares das pessoas, então fomos desenvolvendo várias linhas específicas de produtos e hoje, já somos, por exemplo, totalmente “soy free”, ou seja, não usamos soja em nossas formulações. Também temos uma linha de produtos sem lactose e uma de zero açúcar.

E a matéria-prima? Ela tem algum papel na diferenciação do produto? Sim, claro! O cacau brasileiro é um diferencial para nosso posicionamento internacional. Isso porque o cacau, no Brasil, é produzido no sistema agroflorestal “cabruca”, crescendo à sombra de árvores da Mata Atlântica ou da Floresta Amazônica. E o interessante é que cada espécie de cacau tem um sabor diferente, um “terroir” como chamamos atualmente, que tem a ver com a característica da microrregião, como solo, clima, insolação. Questões relativas à fermentação e secagem também influenciam o sabor e a Nugali desenvolve estes sabores com cada um de seus fornecedores.

A questão da sustentabilidade então é uma preocupação da empresa? Sim, e não é apenas uma questão ambiental. Nosso cuidado também é social. Por isso, conheço todas as fazendas que são nossas fornecedoras e sei que o cacau é produzido com respeito às pessoas, sem uso de trabalho infantil ou outros problemas.

Quais resultados você tem obtido com este trabalho? Nós produzimos cerca de 150 toneladas por ano e somos uma empresa que cresce 20% ao ano. Já temos um mercado bem consolidado no Brasil, embora de nicho. Em 2013, achamos que já estávamos prontos o suficiente, do ponto de vista da durabilidade e embalagem do produto, assim como de maturidade da empresa, para começar a explorar o mercado internacional. As exportações ainda representam menos de 5% do nosso faturamento, mas nossa meta é chegar a 15% daqui a dois anos.

O que você tem feito para atuar no mercado internacional? Na Nugali, nós temos um trabalho muito forte de estudar tendências e tentamos sempre nos antecipar ao que o mercado vai querer. Por exemplo, agora estamos vendo aqui na Summer Fancy Food a força das tendências de dairy-free e também de sabores com frutas. E já trouxemos produtos nessas duas linhas. Também participamos de muitas ações no exterior, com apoio da Apex-Brasil, como esta feira e as rodadas e negócios ECRM. Eu acredito que, para as empresas de porte pequeno ou médio, como a nossa, participar com o apoio da Apex-Brasil é a única forma viável de estar nestes eventos, que são ocasiões para as empresas mostrarem sua cara ao mercado internacional.

Que conselho você daria para quem quer seguir este caminho? Eu sempre digo que, no mercado exterior, é melhor não começar do que começar despreparado. Se você não se preparar, você pode queimar sua imagem, receber pedidos que depois você não terá condições de atender, e isto é muito ruim, não só para a empresa, mas para o setor e para o Brasil. A Nugali participou do PEIEX (Programa de Qualificação para Exportação) da Apex-Brasil e foi muito bom. Fomos atendidos por profissionais fantásticos e tivemos apoio tanto para melhoria da nossa produção quanto, depois, para a exportação. Então eu diria para o empresário: conversa com a Apex-Brasil porque tem gente lá que pode te ajudar. Outro conselho seria: ache um nicho de mercado e seja persistente neste nicho. O processo de entrar no mercado internacional é demorado e gera frustação. Os norte-americanos, por exemplo, podem demorar de seis a oito meses para fechar uma compra. Por fim, quando escolher um evento para participar, como eu escolhi a Fancy Food, tenha constância na sua presença. Eu, por exemplo, venho aqui há quatro anos, os compradores já sabem que eu estou aqui, e agora estou tendo bons resultados.

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