Por Amanda Vitória
O Centro Cultural de Nova Mutum Paraná, mais conhecido como Museu, é um bem de valor inestimável para a região. Neste local, encontra-se um acervo arqueológico de mais de 100 mil peças, entre artefatos cerâmicos como urnas funerárias, vasilhas, adornos e utensílios, e materiais líticos tais como lâminas de manchado, raspadores e lascas remanescentes da Estrada de Ferro Madeira Mamoré.
O processo iniciou em 2009, ano em que a Energia Sustentável do Brasil – ESBR, iniciou o processo de resgate das peças para que um pedaço da história não fosse perdido no momento da formação do lago da Usina Hidrelétrica Jirau.
O Centro Cultural é resultado de uma das medidas compensatórias previstas no âmbito do Programa de Gestão do Patrimônio Arqueológico, Histórico e Cultural da UHE Jirau e sua construção foi finalizada em 2011, representando desde então uma oportunidade de lazer e cultura para os moradores da localidade.
De acordo com a Analista de Socioeconomia da ESBR, Edielen Pereira Matos, atualmente, a gestão e manutenção do Centro Cultural está sob a responsabilidade da ESBR, mas estão em andamento tratativas com a Fundação Cultural de Porto Velho (FUNCULTURAL) para recebimento e gestão da estrutura, conforme indicação do IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, instituição nacional responsável pela guarda do patrimônio histórico e artístico do Brasil.
As escolas da região já perceberam o potencial de informação e conhecimento para as novas gerações, como no caso da E.M.E.F. Nossa Senhora de Nazaré, que fez excursões com seus alunos para que eles pudessem conhecer a história do lugar onde vivem. Na última visita, que ocorreu em novembro de 2015, os estudantes de 11 a 16 anos tiveram a oportunidade de sair de sala de aula e conhecer um pouco sobre as louças, metais e vidros feitos pelos indígenas que habitavam a região a milhões de anos atrás.
“Os alunos reagiram com surpresa ao saber que os materiais foram usados por seres humanos há muito tempo atrás. O fato de sairmos de sala de aula e termos uma atividade mais prática contribui muito para o aprendizado do aluno. Assim, eles têm a possibilidade de trazer para o contexto tudo o que aprendem sobre a história em sala de aula, e é muito importante valorizarmos locais como estes, onde os alunos e a comunidade têm a oportunidade de interagir com artefatos históricos de extrema importância para a identidade local”, conta o professor de Ciências da E.M.E.F. Nossa Senhora de Nazaré, Fabiano Cerri.
A recepção à comunidade e visitantes no Centro Cultural é realizada através de visitas guiadas por profissionais qualificados aptos a darem explicações para o público. O trajeto inicia na sala de exposição dos banners do Circuito Cultural, com informações sobre as pesquisas desenvolvidas pelo Programa Arqueológico e Histórico Cultural. Em seguida, os visitantes são conduzidos até a Sala de Exposição, onde é possível observar a exposição dos vasilhames restaurados e dos artefatos curados.
Existe, também, a Oficina Tecnologia e Tipologia Lítica, onde é explicado e demonstrado, através de simulação, como eram construídas as ferramentas dos povos pretéritos em pedra lascada e pedra polida.
O horário de atendimento para a visitação do Centro Cultural é das 07h às 12h e 13h às 17h, de segunda a quinta-feira. Vale ressaltar que às sextas-feiras as atividades são encerradas às 16h.
Então, faça como os estudantes, venha você também fazer uma visita! Para informações, entre em contato por do 0800 647 7747, com sete dias de antecedência à vista e lembre-se que não existe restrição de faixa etária para visitação.
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