Nesta semana, a Apex-Brasil recebeu os alunos do último semestre do Instituto Rio Branco para conhecer a estrutura de negócios da Agência. A programação fez parte das visitas técnicas da instituição para conhecer de perto parceiros e entidades representantes de setores produtivos do país.
A visita também foi mais um movimento de aproximação entre Apex-Brasil e Ministério das Relações Exteriores (MRE), cuja seleção e preparo dos funcionários é feita pelo Rio Branco, e cuja estrutura, desde o ano passado, passou a comportar a Agência.
O Blog da Apex-Brasil aproveitou a oportunidade para falar com o embaixador José Estanislau Souza Neto, diretor do Instituto, que já estuda a possibilidade dos jovens diplomatas passarem a fazer estágios na área de promoção de exportação e atração de investimentos. “Estamos elaborando a ideia de que, no futuro, as turmas de formação do Rio Branco passem cerca de duas semanas na Agência, como uma espécie de estágio", adiantou.
Como surgiu a ideia de trazer os estudantes do Rio Branco para visitar e conhecer a Apex-Brasil?
A ideia de trazer os estudantes do Instituto Rio Branco para a Apex-Brasil se deu no marco de um movimento maior, no sentido de levar os diplomatas a terem o conhecimento mais direto da realidade da economia brasileira. Neste mês, eles estiveram na Confederação da Agricultura e Pecuária, Sebrae Nacional e Confederação Nacional da Indústria (CNI). Foi nesse contexto que nós resolvemos conversar com a Apex-Brasil. Porque esses são temas que caminham juntos: o conhecimento do setor privado e as ações votadas para a exportação. E tem também o fato de que a Apex-Brasil passou a integrar a estrutura organizacional do Itamaraty. Essa aproximação, mais do que bem-vinda, se tornou necessária.
E como o senhor avalia esse novo momento em que a Agência passa a integrar o corpo do Ministério das Relações Exteriores?
Acho muito positivo. Na verdade, desde que o ministro José Serra assumiu o Itamaraty ele traz essa ideia de tornar o ministério mais voltado para a área de comércio exterior. Por isso, esse movimento de trazer não só a Apex-Brasil, mas também a Camex. Acho tudo isso muito positivo, dá mais organicidade e estrutura para uma área vital do Brasil. Tradicionalmente, essa área foi muito fragmentada, dispersa entre vários órgãos. O fato de tudo isso estar mais concentrado no Itamaraty nos traz uma situação com muito mais articulação.
Com isso o Instituto Rio Branco vê a necessidade fazer um rearranjo em sua grade curricular?
Sim. Uma das coisas que estamos fazendo é a modernização da grade curricular do curso de formação do diplomata, dando um peso maior para a economia e até a áreas mais específicas como treinamento de mídia, comunicação e promoção, temas que não existiam no Rio Branco. O currículo do Instituto estava muito voltado para disciplinas tradicionais.
E a parceria com a Apex-Brasil também é um movimento de preparo para esse novo momento, certo?
Sim, claro! Os jovens alunos do Rio Branco, que serão diplomatas, precisam conhecer o modus operandi da Apex-Brasil no exercício de suas atividades. Estamos conversando para que a turma mais recente, a que que entrou em janeiro deste ano, passe uma ou duas semanas em julho por um estágio na Agência. Nós estamos elaborando essa ideia com muito cuidado.
Existe alguma intenção futura de maior integração na rotina do Rio Branco junto a Apex-Brasil?
Não só com a Apex-Brasil. Queremos buscar uma interação muito intensa com o setor privado. E a Apex-Brasil tem um quê do setor privado, uma vez que ela defende muito esse lado do setor produtivo brasileiro. Então esse programa de visitas e viagens dos alunos se completa com a CNI, com o Sebrae, etc. Não sei se isso vai se traduzir em uma disciplina nova, um curso novo do Rio Branco. A ideia é que eles venham, conheçam e vivenciem a atividade da Apex-Brasil. Nosso objetivo é um só: que o diplomata brasileiro passe a ter, entre suas preocupações, o comércio internacional e uma formação e capacitação para isso. É um longo caminho, mas o importante é que ele já começou a ser traçado.
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